Dicas
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Cada vez mais, a tecnologia facilita o nosso dia a dia. Do entretenimento às atividades domésticas, novos dispositivos e tecnologias nos fazem poupar tempo, energia e muito mais.
Porém, ao mesmo tempo, as diversas inovações tornam as pessoas mais propensas a passar os momentos livres dentro de casa, com distrações que, normalmente, envolvem telas. Por isso, que tal quebrar a rotina e realizar atividades ao ar livre?
Para dar dicas de como botar isso em prática, conversamos com Fabio Nitschke Gomes, especialista em atividades outdoor e criador da Ativitae. Continue a leitura e confira!
Fabio Nitschke Gomes: Atividades ao ar livre e perto da natureza são prazerosas e também uma grande oportunidade, pois fazem muito bem não só para a formação das crianças, como para fortalecer os laços familiares. Felizmente, muitas iniciativas buscam expandir a conscientização, propondo, entre outras ações, aumentar o tempo ao ar livre e o contato com a natureza.
Dessa forma, ampliam o alcance e os benefícios do que pesquisas científicas já comprovaram: vivências outdoor promovem um desenvolvimento integral, estimulam a atividade física e uma melhor nutrição. Além disso, elas deixam as crianças mais ativas, interessadas e exploradoras.
Assim, além dos benefícios diretos à saúde, os filhos tornam-se muito mais companheiros e dispostos para “aventuras”. Atividades outdoor em família criam oportunidades não só de uma convivência positiva, mas também de colocar as crianças em contato com situações novas e desafiadoras. Elas são especialmente atrativas, permitindo que os pequenos explorem inúmeras possibilidades e vivências interessantes – mesmo em passeios urbanos.
Crianças aprendem com exemplos: filhos copiam o comportamento dos pais, e por isso a iniciativa deve vir de nós. Não adianta dizer que algo “é legal” – nem precisa! De um passeio de bicicleta no parque à uma caminhada até a padaria perto de casa, basta os pais criarem a oportunidade de vivência que as crianças se engajarão naturalmente.
Atividades presentes na rotina da família são percebidas pelas crianças como algo inerente, integrado, parte da vida. Em outras palavras, mesmo que para os pais seja uma novidade ou uma quebra de paradigma, para os filhos torna-se o “normal” – e isso é uma imensa oportunidade!
A dica é começar cedo e fazer aos poucos, sempre respeitando o interesse, o ritmo e os limites das crianças. É importante expandir as possibilidades à medida em que se aprende e ganha confiança com as próprias experiências.
Pela primeira vez na história, temos crianças com doenças de adultos (obesidade, diabetes, miopia, de circulação) e, acredite, crianças que não sabem brincar sem um estímulo externo. Isso é um indício de falta de criatividade, o que poderá impactar negativamente na sua formação, já que é uma habilidade cada vez mais valorizada no mercado de trabalho.
Esta é uma evidência de que não estamos fazendo as coisas da melhor forma na criação dos filhos. A tecnologia em si não é ruim, mas se torna vilã se adotada como opção preferencial de uso do tempo livre. Há também outro fator muito presente: atitudes de superproteção, por mais que nasçam de boas intenções, acabam tendo o efeito contrário e prejudicam a formação das crianças.
Primeiro, não devemos confundir atividades ao ar livre com atividades radicais, locais remotos ou situações de risco. Ir a pé pra escola já coloca as crianças ao ar livre, mesmo que em uma área urbana – árvores, passarinhos, jardins, flores, sol, vento, chuva e frio já trazem alguma proximidade a elementos da natureza.
Sempre há opções na própria cidade (uma praça vizinha ou um parque próximo) ou um local nos arredores onde se possa dar uma “escapada” de vez em quando. Subir uma montanha para ver a vista, caminhar em uma trilha, descobrir uma cachoeira.
Criar essas possibilidades depende diretamente das nossas escolhas: possivelmente uma viagem para a praia será mais proveitosa do que para um resort, e uma região de montanha pode oferecer opções mais interessantes do que um parque temático.
Um pequeno exemplo é o que acontece em nossa família. Nossa “tradição” do Dia das Crianças, nos últimos anos, tem sido fazer uma trilha em família e amigos em alguma montanha nos arredores de São Paulo, onde moramos.
Para facilitar as coisas, cada família precisa descobrir em o que tem alguma afinidade e habilidade. Para nós, foram com as bicicletas que começamos a escrever nossa “fórmula” para envolver as crianças no mundo outdoor: com 1 ano, começamos a levar nossos meninos gêmeos em passeios pela cidade em um bike trailer.
Aos 2 anos, fizemos a primeira cicloviagem – a descida da Serra do Mar. O interesse deles surgiu de forma tão natural e genuína que o presente do segundo aniversário foi a primeira bicicleta – um modelo de madeira, sem pedais, conhecido como “bike de equilíbrio”. Hoje estão com 8 anos e nos acompanham em todas as atividades de bicicleta.
Procuramos fazer de tudo, sempre criando oportunidades e novos desafios. Fizemos muitos passeios em montanhas (a primeira quando eles tinham apenas 2 anos) e os levamos para participar de uma corrida de trail running (a KTR, em Campos do Jordão). Fizemos inúmeros passeios de bicicleta em trilhas, e também algumas cicloviagens emblemáticas com eles, como a travessia dos Alpes (da Alemanha até a Itália), o Circuito do Vale Europeu, a travessia de Cunha a Paraty e os arredores do Lago de Constança (Alemanha) – esta, a primeira em que foram pedalando as próprias bikes, aos 7 anos de idade.
Olhando para trás nesta curta trajetória, é muito claro que nossas viagens e atividades outdoor proporcionaram as melhores vivências em família. São momentos muito especiais que criamos juntos e que vamos levar para sempre na nossa memória!
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